terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Condenado a uma paixão profunda

Hoje acordei e lembrei me, que saudade das nuvens inventadas. Lembrei me de acordar sobre os problemas sem solução, que saudade. Acordei? Bem, foi quase como quem correu montanhas monstruosas toda noite, quase como se nem tivesse dormido. Com uma dor nos pés, como se tivesse caminhado sobre chamas quilómetros intermináveis. Talvez, o que eu queira é não acreditar que esta noite existiu, que eu quase não dormi, nem caminhei, mas que dói, dói,  não nos pés que aterraram na terra, mas na consciência que esteve em luta todo tempo. O mais grave, o pior de todas as dores, é eu saber que sempre soube, sempre tive a razão do meu lado, sempre previa o pior, e não queria vir a saber que a realidade era mesmo essa. É pena, eu quase não poder ficar, quase não poder ser eu e quase não existir ninguém do outro lado. Pois, no fundo, não existe mesmo, iludidamente inventei alguém dentro de um corpo existente. Vi um olhar que não existiu, um sorriso sem emoção, vi um vazio, nada mais. Há acontecimentos na vida, com pouco sentido, com pouca história, mas que são quase como uma chave para o nosso cofre, e provocam alterações que outras situações teoricamente com mais possibilidades, nem sequer chegam perto. O que é verdade, é que o resumo desta estúpida situação, baseia se naquilo que nunca existiu, baseia se no que eu inventei, todos os dias, a toda hora, e agora estou só acordar, como se tivesse tudo acontecido enquanto dormia. Estou oficialmente condenado a uma paixão profunda, em que assumir e esquecer o sonho, será o meu árduo castigo. 

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