segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Medalhas ao Peito




Quando somos livres de verdade, senti-mo-nos à parte daquela espécie de circulo preenchido, tão completo. Percebes que o és quando reparas que o incompleto todo, ao fim do dia, não te interessa absolutamente nada. Não faz diferença. Saberia bem melhor duas vidas para cada um dos dias. Nem irei tão longe, pelo menos não a ponto de falar de dias desperdiçados, ou das oportunidades roubadas pela ambição constante de um respirar limpo, aliviante e tranquilo. Há sonhos que tomam pose da inspiração de cada dia, o que no fundo, já o faz em metade. Tenho ideias estranhas, como o imaginário daquilo que ouço. Talvez daí achar necessário aquele que deve ser o peso ideal e consciente em toda superfície à volta. Muitas das vezes, a possibilitar a inversão quanto ao comportamento antes pensado. Procuro voltar a ser um novo inocente por inteiro, numa de acertar os lados certos do dado, os mais preenchidos. Habituei-me a que os pesadelos se tornassem reais, a que os dados dessem mais voltas do que o previsto. Na verdade, nunca tive muita escolha, e aos poucos, fui percebendo como era suposto saber aceitar isso de forma natural. No entanto, fui à procura de uma nova focagem. Mudei por mim, e medalhas ao peito não me faltam para o justificar. Foi um bocado em cima de hora, ou em cima do tempo, nem eu o sei bem, ainda não o descobri. Neste momento, sigo uma orientação especialmente moderada, bem pensada, desenhada até! Amor de norte a sul do país, três baladas de amor na varanda dos ventos, ou até nenhum amor. A minha mente de repente virou respeito puro, quando uma lei não me parece bem explicada, faço dela uma excepção, de uma fuga à multa, sem grande importância, sem grande tolerância. De momento, vejo-me com um caminho diferente, paciente e contido. Vejo-me em momento de espera, mas sem ter de esperar. Vejo-me em múltipla acção, de contenção e andamento. O único desejo que carrego ultimamente, é poder ser autónomo o suficiente, de forma a que rejeitado, ignorado ou não, independentemente disso, consiga sentir-me bem com o que tenho, com o que sou e o que faço.