domingo, 22 de dezembro de 2013

Desiquilibrio




Continuo adiar a minha própria avaliação quanto ao estado psicológico, ou talvez mais quanto à evolução, desde do dia que me pareceu o mais escuro até ao ponto em que foi menos difícil de manter o equilíbrio. Reconheço-me conforme vejo que as pessoas reconhecem-me, se calhar até um pouco mais. Identidade mesmo identidade, só nós é que conhecemos melhor. Melhor? Mas melhor porquê? Porque não somos identificados por aquilo que achamos que somos ou fazemos? A realidade tem sempre um ponto de vista, mas eu sinto-me confiante o suficiente para dizer que ninguém a escreve ou desenha na totalidade, nem tão pouco de forma complexa e sem factos iludidos. Digo até que não é o que fazemos ou achamos que somos, é como reagimos a tudo isso, são os absurdos que nos enchem a mente e abalam todo nosso sistema. Faz muito tempo que eu corro em busca de clarear a minha, para mim mesmo. Acontece que os meus cenários chegam a um extremo e absurdo ponto, correntes grossas e ameaçadoras por todas as janelas por onde circula o meu ar. No fundo não é nada e não passam de normalidades, mas funcionam como para além do que vêm, funcionam como facadas a cada movimento meu, mesmo que esse seja apenas um simples olhar. Dou comigo aqui em momentos como este a escrever, sobre o que sou, o que vivo e o que acho útil transmitir às pessoas. Não que me ache alguém neste mundo tão grande, mas se me sinto melhor em fazê-lo, porque não? Funciona como uma espécie de leitura pessoal e recolha de sentimentos que não devo guardar e trancar em mim. Penso muito sobre o que escrevo, no que escrevi e como escrevi... Penso nos pensamentos que surgiram durante o desenvolvimento de textos como este. A magia da escrita é que acabo sempre por achar e transformar a dor em palavras, ou seja, acabo por trazer a compreensão até mim, o que é ótimo. Eu sei que isto não é a minha profissão, não é nada para além de um vulgar blog, mas sou eu, são as minhas palavras e as minhas aprendizagens. Pequenos pormenores que fazem a diferença. Este caminho é de descobertas e conseguir transmitir tudo isto é algo de valor, portanto como é óbvio, faz-me sentir  um pouco mais valorizado sempre que o faço. Podemos até ter uma vida estável, cheia de motivos para estarmos tranquilos, bastante bem e confortáveis, mas e se o nosso interior exigir algo mais? Não sabemos tudo sobre nós como já referi à pouco. O que acontece comigo é um pouco isso, não encontro o que preciso, não vivo como preciso, não me conformo com nada, todo o bem acaba por de um jeito ou de outro fazer-me mal. Perdi o controlo sobre o meu próprio desenvolvimento, embora bem ou mal continue a crescer todos os dias, não estou como podia ou devia estar, ou como queria. Gostaria mesmo de alargar a minha folha e tornar o meu desenho maior, depois pintá-lo como deve ser e dar-lhe mais luminosidade e criatividade. Não consigo, estou preso por mim. Sou forte porque o assumo, porque erro, porque tento todos os dias melhorar, porque passo por cima do orgulho para não perder nada, porque luto e faço para conseguir. Não gosto de mim mas reconheço o meu valor, porém os meus defeitos também, talvez por isso. Vivo centrado em algo, não consigo mas pretendo alcançar a transformação, mesmo essa sendo um enorme susto para mim. Preciso de deixar-me destes olhares cheios do que ninguém consegue ler e deixar-me desta vida deprimente. Eu preciso realmente, mas com que condições? Como? Se um passo rasteira o outro? Pretendo no futuro passar ligeiramente por cima desta parte de mim, mas a verdade é bastante clara quanto a isto... Digamos que não é de todo fácil, mas também não dá, não posso viver com um ângulo cego, pois este não me dá garantias absolutamente nenhumas, não me garante que irá levar-me até a algum lado, não me garante recompensas, não me garante nada. Sinto que estou a sofrer por nada e para nada, simplesmente porque sou assim. Preciso daquilo que não sei, e o que não sei já é suficiente para eu recusar.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Planos




Não há sentido de lógica que vá contra a dor e a revolta. Nos humanos são as longas e diferentes fases que constroem o desenvolvimento, desde a cegueira até à mais real das visões sobre tudo que está à volta. Há pensamentos que podem nem chegar a cruzar-se, e no que toca à grande união é um problema bem serio de lidar. Realidades escuras mas conscientes fazem com que sintas saudades de deitar e adormecer sem nada perturbador na cabeça... Hoje já é tarde para chorar os erros do passado, e eu não consigo parar para pensar em como podemos nós esperar ser o ombro de alguém. Não há caminhos finais, não há escolhas fáceis, simplesmente é difícil construir tanto e um dia acordar com tudo a desabar. É difícil não conseguir viver por mim, para mim, sozinho e independente. Estes são os meus planos para o dia de amanhã e depois de amanhã, e talvez depois desse e do outro dia também, enfrentar-me, enfrentar as minhas inconformidades, a minha dor, as minhas revoltas.... Aquilo que nem toda gente é capaz de entender, e a dor que nem toda gente é capaz de ver. Simplesmente é difícil,  e eu aqui sem encontrar o meu atalho de regresso.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Impacto Emocional



Este é todo o sitio em que eu não deveria estar, é todo sitio em que eu não devia estar errado. Para mim, para ti, para nós.... Não posso desaparecer eu, nem podes tu desaparecer, e não há truque nem medida para este incómodo frio e impulsivo. Diria melhor para ti do que para qualquer peixe do mar em que também nado. Não acontece, não vai acontecer sequer, porque de facto a naturalidade da vida é completamente relativa de alma para alma. Os segredos para a luta são muito comuns é verdade, mas as pessoas são tão diferentes. Oposto atraído, cria confusão e realismo no impacto emocional, e seja qual for a posição de defesa o ataque vai sempre transparecer nos olhos. Passa de dia para dia, e cada vez mais a cabeça quer acariciar e explodir ao mesmo tempo. Completo desequilibro aleatório, faz quase sentido dizer que é afogo de ideias e aperto de coração extremo. Talvez um dia seja possível trazer ao mundo de alguém aquilo que não saí do meu, pelo menos com objectivo de compreensão. Talvez os olhos que me conduzem me levem desta vez até ao sitio onde nasci. Talvez esse acontecimento surja para provar a minha verdadeira identidade como pessoa. Talvez um dia vá ser recompensado por todos os momentos de pleno gelo. Talvez... Queria ser um pássaro livre para poder voar em territórios desconhecidos e descobrir o que de melhor há por cima deste frio que se faz cá em baixo.